quinta-feira, 28 de março de 2024

Mudar os governantes irá mudar o país: Diz o desavisado!



Na medida em que se compreende a necessidade de mudar o estado de coisas em que o Brasil se encontra no momento, entende-se a necessidade de reafirmar frases dessa natureza. Quando se vislumbra o deletério estado de coisas em que a sociedade brasileira se conformou e a maneira como diuturnamente a mesma é feita de massa de manobra vassala, certamente se firma a compreensão acertada de que não se pode manter no poder aqueles que perpetraram esse nefasto mal. 

Somos, então, impelidos a promover mudanças radicais fundamentadas em emoções viabilizadas pela indignação oriunda desse diagnóstico lamentável. É necessário, entretanto, "colocar a bola no chão" e dar um passo para trás, visto que, quando pensamos em mudanças de natureza profunda, precisamos lembrar que vidas estão em jogo. De tal modo, ir para a batalha sem um planejamento bem elaborado só servirá para mudar a natureza dos problemas, mas eles manter-se-ão tão intensos ou até piores do que estavam no momento em que se optou por dinamitar as vigas de sustentação do tecido social.


Surge então um questionamento saudável: mudar governantes não é a prática comum dentro do regime democrático? A resposta para essa pergunta é positiva, mas isso não pode ser feito sob a epítome revolucionária, mas visando mudanças em pontos nevrálgicos e com caráter progressivo. Sendo assim, o que se deve ter é o ímpeto de mudança, mas controlado. Outro questionamento surge novamente: então devemos ser passivos frente aos problemas que vitimam a população brasileira de maneira perene? A resposta é não. As mudanças são necessárias, mas devem ser feitas mediante detida reflexão e planejamento, e sem a pretensão arrogante de reinventar a roda. Mesmo porque a roda já foi inventada e segue funcionando muito bem.


Sim, nós não estamos em um filme da Marvel em que, estalando os dedos em uma manopla, alteramos "tudo que está aí". Pelo contrário, o trabalho é intenso e indigno, e as mudanças são pontuais. 

Voltamos assim à ordenança bíblica do mestre Jesus, para os que assumiram o compromisso de segui-lo, de serem sal que salga e luz que ilumina. Em ambos os casos, tanto o retardar do apodrecimento quanto a interrupção da escuridão servem apenas para conter o que for possível, e mesmo assim é uma missão de densa dificuldade.


Sob esse entendimento, portanto, firmamos a compreensão de que não basta mudar aqueles que nos governam, tampouco pensar que essas mudanças irão alterar todo o cenário de coisas que temos em vigor no momento atual em Pindorama. Entretanto, é importante não perder de vista que a mudança verdadeira é cultural, portanto transcendental e assim metafísica. Ao fugir dessa compreensão, só enxugaremos gelo continuamente. 

Mudar é importante, mas não pode ser apenas a cor do cabo da espada; talvez seja necessário mudar a natureza da arma.